quinta-feira, 20 de julho de 2017

Advertência e orientação para o estudo da Religião na História da Igreja






[...] 139. SANTA. – O fiel que ler com retidão de coração a História eclesiástica verá resplandecer a santidade da Igreja, não só na santidade essencial de sua cabeça invisível, Jesus Cristo, na santidade dos Sacramentos, da Doutrina, das Corporações religiosas, de muitíssimos de seus membros, mas também na abundância dos dons celestes, dos sagrados carismas, das profecias e milagres com que o Senhor (negando-os às demais religiões) faz brilhar à face do mundo o dote da santidade de que está adornada exclusivamente sua única Igreja.

Quem lê com ânimo desapaixonado a História eclesiástica fica atônito ao contemplar a ação visível da divina Providência, que comunicou à Igreja a santidade e a vida, e que vela por sua conservação. Foi Ela quem, desde os primeiros séculos, suscitou aqueles grandes homens, glória imortal do Cristianismo, que cheios de sabedoria e sobre-humana virtude, combateram vitoriosamente as heresias e erros à medida que iam aparecendo: os Santos Padres e Doutores que “brilharão como estrelas por perpétuas eternidades”, na frase bíblica; de cuja unânime concordância entre si podemos deduzir e reconhecer a Tradição e o sentido das Sagradas Escrituras.

E assombra não menos vermos surgir providencialmente, em tempo e lugar oportuno, aquelas Ordens regulares, aquelas famílias religiosas, aprovadas e abençoadas pela Igreja, nas quais desde o século IV florescia já a vida cristã e se aspirava à perfeição evangélica, praticando os divinos conselhos com os santos votos de castidade, pobreza e obediência.

Veja-se pela História que estas famílias religiosas, no transcurso dos séculos, se tem sucedido e vão sucedendo e renovando constantemente, com um fim sempre santo, servindo-se dos meios acomodados à época: a oração, ou o ensino, ou o exercício do ministério apostólico, ou a prática multíplice e variada das obras de caridade.

Como sua Santa Mãe, a Igreja, estão elas também sujeitas a duras perseguições, que amiúde e por algum tempo as oprimem. Mas, como tais institutos pertencem à essência da Igreja pela atuação dos conselhos evangélicos, por isto, não podem perceber de todo. E é coisa averiguada pela experiência que a tribulação as purifica e rejuvenesce; e, renascendo em outro lugar, multiplicam-se e produzem mais copiosos frutos, ficando sempre como fonte inesgotável da santidade da Igreja.

Catecismo de São Pio X

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