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A QUEM CHORAR
Muitas vezes, mesmo os amigos mais próximos nos viram as costas sem compreender nem compadecer-se do sofrimento alheio. Somente Deus nunca nos abandona. O Santo Jó, não obstante tenha perdido tudo, bens materiais e saúde, sem ter culpa, sofreu a incompreensão dos amigos, o que o fez sofrem mais do que a própria doença e da própria pobreza. Foi por isso que pronunciou a famosa frase: “Meu olho chora volvido para Deus”, que no majestoso latim da antiga Vulgata soa assim: “Ad Deum stillat oculus meus”. Nos momentos de dor e sofrimento, apenas Deus pode nos consolar, como um pai consola seu filhinho que chora. Dom Dolindo Ruotolo escreveu belíssimas meditações sobre as Escrituras Sagradas. Eis como comentou a frase de Jó, "Ad Deum stillat oculus meus":
“Por quê nos angustiamos tanto? Volvemos os olhos aos Senhor com confiança, pois não é sobre a terra Sua consolação, mas no Céu. Apenas Deus nos conhece, somente Deus pode compadecer-Se de nós, somente Deus pode nos consolar. Os homens sobre a terra são verbosos, só sabem dizer palavras, só podem dizer palavras, muitas vezes irritantes mesmo querendo torná-las consoladoras. Nosso olhos lacrimeje apenas a Deus: Ad Deum stillat oculus meus. Como é bonita essa frase de Jó! Chore a Deus este olho que não pode ser saciado por nenhuma visão terrena, estile a Deus, pois não pode encontrar um pai mais terno do que Ele, estile a Deus depositando em Seu coração, junto com as lágrimas, a angústia, a confiança, o amor, a esperança, a união perfeita à Sua vontade: Ad Deum stillat oculus meus! Os anos passam, o caminho que percorremos não conhece o retorno sobre esta terra, tudo muda ao nosso redor, somente Deus permanece, como nossa única esperança: Ad Deum stillat oculus meus! Nossa testemunha está no Céu! De fato, Deus conhece a nossa fragilidade e dela se compadece; conhece as nossas misérias e as perdoa quando nós recorremos à Sua misericórdia com sincero arrependimento; conhece a condição de nossa peregrinação e nos ajuda. Que conforto nos traz, quando as criaturas irrompem contra nós e nos julgam mal, pensar que nossa testemunha está no Céu e que Deus nos conhece! Ó! O Senhor nunca deixa vã nossa esperança, e quando tudo nos parece perdido, intervém Ele para nos defender e para fazer luz nas trevas. (...) Repitamos com Jó, quando as tempestades são mais ferozes: Ad Deum stillat oculus meus.”
[extraído de “La Sacra Scrittura”, Volume IX, Jó; por Dom Dolindo Ruotolo].
Visto em: http://cordialiter.blogspot.
Tradução: Giulia d'Amore.
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