quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Se houve pecado de deicídio da parte do povo judeu (segundo Santo Tomás de Aquino).

SPES

I) Diz Santo Tomás na Suma Teológica: “et ideo Judaei peccaverunt, non solum hominis Christi, sed tamquam Dei crucifixores” (III, q. 47, a. 5 ad 3). Ou seja: o pecado do povo judeu é não só de crucifixão do homem Cristo, mas, pelo mistério da união hipostática, de crucifixão do Verbo de Deus.

II) Por outro lado, não se pode negar que o pecado dos pequenos judeus (ou seja, os não chefes), ainda que tenha sido gravíssimo segundo o mesmo gênero de pecado, diminui algum tanto em razão da ignorância dos que o cometeram. Por essa razão, aliás, é que Cristo pede ao Pai que lhes perdoe: “porque não sabem o que fazem”. Di-lo ainda Santo Tomás, na Suma TeológicaIII, q. 47, a. 6, corpus (trata-se do artigo seguinte ao citado anteriormente). 

III) Em outras palavras: os judeus em conjunto cometeram deicídio, mas com graus distintos de culpabilidade.

IV) Algo mais: em sua entrevista, o Padre Bouchacourt tenta induzir que os mesmos chefes judeus não (re)conheceram a divindade de Cristo. A isto responde Santo Tomás, no mesmo lugar: “Os chefes dos judeus sabiam quem era Cristo, e, se houve ignorância de sua parte, foi uma ignorância afetada [affectata] que não teria podido escusá-los”.
V) É esta, pois, em resumo, a resposta científica e definitiva que se há de dar à polêmica provocada pela infeliz entrevista do Padre Bouchacourt.



Em tempo: “Já o pecado dos gentios, por cujas mãos Ele foi crucificado, teve uma escusa muito maior, porque não tinham conhecimento da lei” (Santo Tomás, loc. cit.).

0 comentários:

Postar um comentário