sexta-feira, 28 de junho de 2013

O elogio da pobreza


“Quem se consagra à contemplação das coisas divinas está mais liberado das coisas do mundo do que quem se dedica à contemplação da verdade filosófica”

Tomás de Aquino, Contra Impugnantes, q. 6.



Sidney Silveira



Os bens deste mundo são de três tipos, diz Santo Tomás na Suma Teológica[1]: riquezas, prazeres e honrarias. À primeira vista, desprezá-los parece absurdo, pois as riquezas proporcionam bem-estar material; os prazeres, bem-estar psicológico; e as honrarias, bem-estar espiritual, na medida em que representam o pagamento de um débito de justiça — obviamente, quando e se são feitas ou recebidas na justa medida e nas ocasiões devidas, para não descambar em adulação e vanglória. A propósito, todos esses bens podem ser contemplados nas perspectivas material e espiritual; assim, há a riqueza da alma e a do dinheiro ou das propriedades; há os prazeres do corpo e os do espírito; há as honrarias das comendas, diplomas e galardões e as de quem honra a Deus e ao próximo no silêncio das orações diárias e no seguimento dos preceitos.

Sem dúvida, na alma do homem justo a fruição equânime dos aspectos material e espiritual desses bens é possível, mas dificílima mesmo neste caso, pois, devido à maldita herança do pecado original, “o justo cai sete vezes ao dia” (Prov. XXIV, 16). Por isso, considerando que a utilidade espiritual é preferível à material (utilitas spiritualis præfertur temporali utilitati[2]), e que, como a experiência demonstra de forma insofismável, a posse de tais bens traz consigo o risco de fazer o homem sucumbir a vícios e enganos tremendos, anda melhor quem voluntariamente abre mão deles. Estamos no âmbito, pois, dos conselhos evangélicos: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mt. XIX, 21); “É mais fácil um camelo passar por uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus” (Mt. XIX, 23).

Pois bem. Com ensinamentos como estes, extraídos da Sagrada Escritura, os cristãos transformaram a pobreza em virtude. E aqui não se trata apenas da pobreza habitual, ou seja, aquela de quem despreza de coração os bens materiais, não obstante acidentalmente os possua, mas também da pobreza atual, a que consiste em se desprender de fato — por livre e espontânea vontade — das coisas materiais por amor a Deus. É o que demonstra lindamente o Aquinate no trecho doContra Impugnantes Dei cultum et religionem em que menciona as passagens do Evangelho acima, e também outras. Em resumo, deixar tudo por Deus é obra de máxima perfeição (ergo perfectissimum opus)[3].

Mas também não se trata aqui da pobreza absoluta, como a que foi defendida pelos franciscanos espirituais do século XIII e posteriormente condenada pelo Magistério da Igreja, mas de uma pobreza que não abre mão das necessidades básicas do dia de hoje, confiando porém na Providência Divina quanto aos bens futuros — ou seja, quanto ao provimento das necessidades do amanhã. “Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que se preocupam com estas coisas. Ora, vosso Pai Celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o reino dos céus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado em acréscimo. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá as suas preocupações” (Mt. VI, 31-34).

Em síntese, é perigoso possuir as coisas do mundo (periculosum est res mundi possidere[4]), e por um motivo muito simples: porque a elas se ata fortemente o espírito, chegando às vezes ao ponto de brutalizar o homem, de fazê-lo praticar maldades e injustiças sem tamanho. Na verdade estamos continuamente expostos a tais riscos, mas em grau muito maior quando o bem-estar material aumenta e as riquezas acumulam-se. Daí dizer São João Crisóstomo, à guisa de exemplo, o seguinte a propósito dos discípulos de Jesus: “Em que prejudicou aos apóstolos a escassez de bens temporais? Não passaram eles a vida com fome, sede e pouca roupa, de modo que se esclareceram a si mesmos com este comportamento e foram vistos como exemplares de maravilhosa grandeza?[5]

No mesmo trecho do Contra Impugnantes acima aludido (a questão 6) — um dos mais belos, ponderados e consistentes elogios à pobreza evangélica de toda a história do Cristianismo —, Santo Tomás de Aquino observa que quem se consagra à contemplação das coisas divinas está mais liberado das coisas do mundo do que quem se dedica à contemplação filosófica (qui vacat contemplationi divinae, magis oportet esse a rebus mundanis liberum, quam eos qui contemplationi philosophicae vacabant[6]). Assim, se houve filósofos louváveis por rechaçar as riquezas e o burburinho do mundo para dedicar-se ao estudo da verdade, com muito mais razão se deve elogiar quem recusa a riqueza única e exclusivamente com o objetivo de contemplar a Deus, causa das causas, sumo amável, verdade infinita, Ser omniperfeito, bondade pura, razão de ser de todas as coisas. Ora, não há como contemplar a realidade divina sem o desprezo do mundo (contemptus mundi), sem dizer “não” às riquezas e seduções, pois “quem se apega às coisas deste mundo fazendo delas o fim da existência, assim como a razão e a regra de seus atos, afasta-se totalmente dos bens espirituais”[7]. Este é portanto, o sentido da virtude da pobreza cristã: conversão a Deus e aversão às coisas que nos afastam d’Ele. É recusar firmemente tudo o que possa levar à excessiva solicitude com os bens temporais.

Do ponto de vista da fé, tão maravilhosa é esta renúncia das riquezas que ela terá no céu um prêmio especial: o poder de julgar. Afirma a propósito Cristo em resposta a uma indagação de Simão (grifos nossos!):

“Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós? Respondeu Jesus: Em verdade vos digo: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna” (Mt. XIX, 27-29).

Comentando esta passagem, o Aquinate nos remete à Glosa, que diz: “Quem deixar todas as riquezas para seguir o Senhor será juiz, ao passo que quem usou com retidão das coisas que possuía legitimamente neste mundo estará entre os julgados”[8]. Em vista destas palavras, o Doutor Comum reafirma a excelência da pobreza voluntária atual, e sua absoluta superioridade com relação à pobreza habitual, nos termos acima descritos. Não à-toa Deus dará à pobreza atual o magnífico prêmio (præmium excellens) de julgar, porque, segundo a Sua justiça, a grandiosidade da recompensa é proporcional à do mérito.

Referindo-se à passagem da Escritura em que Cristo afirma “Quem não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo” (Lc. XIV, 33)”, a Glosa faz uma distinção preciosa — devidamente aproveitada por Santo Tomás em seu elogio à pobreza: “Renunciar é obra de quem, usando devidamente de suas posses materiais, com o espírito aspira à vida eterna. Abandonar é próprio apenas dos perfeitos, ou seja, de quem aspira à vida eterna despreocupando-se simultaneamente de todas as coisas temporais”[9]. Assim, os que se abandonam à Divina Providência terão especial preferência, por exemplo, em relação aos que com os seus bens socorrem aos pobres[10].

Antes de encerrar este breve texto vale dizer que, nas passagens acima mencionadas desta obra de combate que é o Contra Impugnantes, não se trata de conhecimento especulativo, apenas, mas também prático:Santo Tomás conheceu a pobreza habitual e a atual, pois, sendo de família riquíssima (seu pai era adido do rei), abandonou tudo para seguir o caminho da perfeição cristã, levando à risca o conselho evangélico com o voto de pobreza que põe freio à concupiscência dos olhos. Pobreza material e espiritual a um só tempo, por meio da qual a simplicidade se torna uma preciosa conquista da alma, que dá às costas a luxos desnecessários e frívolos e concentra as energias psíquicas nas coisas verdadeiramente importantes.

É evidente que o conselho evangélico da pobreza é dificílimo de praticar em qualquer época. Mas na atual é quase impossível: a nossa é a era do consumo desenfreado estimulado pela propaganda, que exacerba o afã de possuir bens e de fazer sucesso — num mundo totalmente descristianizado em que os verbos querer e possuir são conjugados como uma espécie de ladainha infernal de caminhantes rumo ao abismo.

Um mundo em que a Igreja se abstém de ensinar as verdades da fé em sua integridade, razão pela qual parece zelosamente preparar o curto reinado do Anticristo.



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1- Tomás de Aquino, I-II, q. 108, art. 4, resp.

2- Tomás de Aquino, Contra Impugnantes, q. 6, nº. 3.

3- Tomás de Aquino, Contra Impugnantes, q. 6, nº. 3.

4- Tomás de Aquino, Contra Impugnantes, q. 6, nº. 3.

5- São João Crisóstomo, Nemo laeditur nisi a seipso, nº 4.

6-Tomás de Aquino, Contra Impugnantes, q. 6, nº. 3

7-Tomás de Aquino, I-II, q. 108, art. 4, resp.

8-Glosa margin.

9- Glosa margin.

10- Nas palavras do Angélico, “ergo patet quod praeferendi sunt qui omnia sua dimittunt, illis qui de fructu possessionum quas retinent pauperibus dividunt”. Tomás de Aquino Contra Impugnantes, q. 6, nº 3.

Santa Missa: tesouro sacratíssimo, tesouro sem preço!

Um texto belíssimo de São Leonardo de Porto-Maurício, sobre as excelências da Santa Missa, seus frutos e a riqueza desperdiçada por muitos, entre religiosos e leigos. Sacerdotes inclusos. O texto é longo, eu sei, mas vale a pena "perder" um pouco de tempo com esse leitura, porque o tempo da eternidade no Inferno é... maior! 

 

PARA EXCITAR TODOS OS FIÉIS A ASSISTIR TODOS OS DIAS À SANTA MISSA

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Jornal “Sim, sim, não, não” volta a ser editado na versão brasileira.

Prezados amigos,

Salve Maria!

É com muita alegria que comunicamos aos senhores que o Jornal Católico Anti-modernista “Sim, sim, não, não” voltará ser editado para todos os católicos de língua portuguesa.

A princípio, o periódico será publicado bimestralmente, entretanto, se houver boa adesão do público, será publicado mensalmente.

Os jornais serão entregues pelos correios na residência (ou outro endereço informado) do assinante.

O original do Jornal “Sim, sim, não, não”, fundado pelo Pe. Francisco Maria Putti, é italiano, todavia, este mesmo jornal está sendo traduzido para várias línguas em diversos países.

É preciso combater, entretanto, é preciso saber o que combater e como combater. Eis a oportunidade de aprofundarmos mais no conhecimento da Doutrina Católica de sempre, sem ambigüidades, tal como Nosso Senhor pregava.

O preço para a assinatura ANUAL é de R$ 30,00 (trinta reais) para assinatura normal e R$ 40,00 (quarenta reais) para quem quiser apoiar o projeto. Estes preços se referem a tiragem bimestral, entretanto, pagos ANUALMENTE. Quando a tiragem passar a ser mensal, possivelmente haverá reajuste de preços.

terça-feira, 25 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O DEVER DE RESISTIR


    Artigo do jornal Sim Sim Não Não, Janeiro de 1993


    Desenvolvimento ou contradições?

Ao Católico convenientemente informado, e com mais forte razão ao sacerdote, ao religioso, impõe-se hoje a escolha seguinte: ou resistir à nova corrente eclesial e então ser taxado de rebelião à autoridade ou, adaptando-se a esta orientação negar ipso facto a infalibilidade da Igreja, que até o Vaticano II em lugar de "guardar, transmitir e explicar fielmente o depósito da Fé" (Primeiro Concílio do Vaticano) teria durante um tão grande número de séculos ignorado, errado e jurado, sem saber o que ela devia crer" (São Vicente de Lérins, "Commonitorium").

Nota sobre as manifestações.


Por Padre Cristóvão
Vendo a vibração de certos católicos ditos conservadores com as manifestações organizadas pelo “Movimento passe livre” em São Paulo, que eclodiu em outras tantas por todo o país, penso ser importante alertar para os seguintes aspectos:


1. O movimento é uma organização geneticamente revolucionária, regida pelos princípios do Fórum Social Mundial (cf. 
http://mpl.org.br/node/2
). Sua organização é anárquica (
http://mpl.org.br/node/5
, vide “horizontalidade”) e seus esforços se colocam em sintonia com os dos demais movimentos de desintegração social, como o gayzismo, o laicismo beligerante, o etnicismo etc. (cf. 
http://mpl.org.br/node/1

sábado, 15 de junho de 2013

Carta ao Episcopado Brasileiro - Sobre o modo como se deve prover à reta formação do clero.



SACRA CONGREGATIO DE SEMINARIIS
ET STUDIORUM UNIVERSITATIBUS
EPISTULA
AD EMOS. PP. DD. CARDINALES ATQUE
EXCMOS. PP. ARCHIEPISCOPOS, EPISCOPOS
CETEROSQUE ORDINARIOS BRASILIAE:
DE RECTA CLERICORUM INSTITUTIONE
RITE PROVEHENDA.
Acta Apostolicae Sedis
XLII (1950) 836-844:
_______

Sagrada Congregação dos Seminários
e das Universidades

Carta ao Episcopado Brasileiro

Sobre o modo como se deve prover
à reta formação do clero

(7-III-1950)

Eminentíssimos Senhores Cardeais, 
Excelentíssimos Senhores Arcebispos, Bispos e demais Ordinários do Brasil.

Esta Sagrada Congregação, que acompanha atentamente, como é seu dever, o andamento dos Seminários, onde crescem tantos jovens levitas, promissora esperança da Igreja, está bem informada dos progressos conseguidos em a nobre terra do Brasil, visando a obter uma ótima formação do clero, e congratula-se, por isso, com os Excelentíssimos Senhores Bispos. O Primeiro Congresso Nacional de Vocações Sacerdotais, realizado recentemente na Sé Primacial de Salvador, no Estado da Bahia; os esforços que se fazem para aumentar o numero das vocações sacerdotais, até agora, muito inferior ao que convém para satisfazer às necessidades de uma grande nação católica; o número crescente dos jovens escolhidos que são enviados a Roma, a fim de concluírem no Pontifício Colégio Pio Brasileiro a própria formação intelectual e moral ao sacerdócio: todos estes frutos do zelo dos Excelentíssimos Senhores Bispos, e de seus dedicados colaboradores, trazem-nos muita consolação, e são dons preciosos do Pai Celeste. A Ele, glória e gratidão.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

BOMBA - Padre Girouard denuncia a Neo-FSSPX

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amen.


Serei breve neste sermão porque eu tenho que ler novamente aquela afirmação, essa que vocês já viram antes da Missa; mas o que eu quero dizer hoje é que, obviamente, esta é a minha primeira Missa desde que voltei do exílio, e eu gostaria de dizer um pouco, corrigir um pouco as coisas que foram ditas sobre mim quando eu estava afastado por Padre Wegner e os outros sacerdotes. Eles disseram que, basicamente, eu não tinha falado com o Padre Wegner antes de pregar os meus sermões, etc. Então, isso não é correto, isso não é uma afirmação verdadeira. Na verdade, eu conversei com ele muitas vezes ...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O SÍLABO TOMISTA


Comentário as 24 Teses do tomismo:
 PRÓLOGO
 
d. CURZIO NITOGLIA
[Tradução: Gederson Falcometa]
12 de dezembro de 2011

“Ecclesia edixit doctrinam Thomae esse suam” (Bento XV, Encíclica Fausto appetente die, 1921).
‘AS XXIV TESES DO TOMISMO’ CONTÉM A ESSÊNCIA DA FILOSOFIA TOMISTA E NOS COLOCAM EM ALERTA CONTRA OS PERIGOS DA FALSA METAFISICA
Prólogo
  • O Magistério da Igreja, com a Carta ao Geral dos Franciscanos de 13 de dezembro de 1885 de Leão XIII, o qual nessa aplica os princípios da encíclica sobre o renascimento do tomismo Aeterni Patris (1879) ao caso concreto do ensinamento da doutrina tomista também em todas as outras ordens religiosas (com particular referimento aos filhos de S. Francisco) e ao clero secular, recita: «O distanciar-se da doutrina do Doutor Angélico é coisa contrária a Nossa Vontade, e,conjuntamente, é coisa plena de perigos. [...]. Aqueles os quais desejam de serem verdadeiramente filósofos, e sobretudo os religiosos disso tem o dever, devem colocar as bases e os fundamentos da sua doutrina em S. Tomás de Aquino»[1].

quinta-feira, 6 de junho de 2013

PRAIAS E PISCINAS.



O autor, o Rev. Pe. Ricardo Felix Olmedo, é professor de Moral e Direito Canônico no Seminário Internacional Nuestra Señora Corredentorada FSSPX na Argentina


PRAIAS E PISCINAS


            O banho ao ar livre em praias e piscinas é higiênico e saudável, pode ser uma honesta forma de recreação; em si mesmo não é mau e, portanto, lícito. Contudo, com a desculpa de ser por motivos de higiene, saúde ou descanso, são cometidos, hoje, gravíssimos escândalos. [1]
            Não se trata de coibir uma natural, lícita e saudável expansão, nem o uso dos bens que Deus outorgou ao homem para sua conveniente higiene e para a recreação do corpo e do espírito; mas de forma alguma é permitido, e é pecado grave, que, aproveitando-se dessas ocasiões, os costumes honestos sejam abandonados, consinta-se no desenfreio dos vícios, dê-se lugar ao nudismo sem pudor e se pervertam as almas pelo escândalo...
            A causa de graves equívocos acerca do que é permitido e do que é proibido nesse tema, com gravíssima ruína para as almas é algumas vezes o respeito humano, outras vezes é um conceito deturpado da higiene ou da elegância, muitas vezes, é a sensualidade e a concupiscência.
            Convém, pois, assinalar os princípios morais a que deve ser submetida essa atividade.
            A conduta que a virtude do pudor impõe ao católico, a todo o momento e lugar é o primeiro ponto a ser destacado.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

2º Parte - Citações de Monsenhor Marcel Lefebvre.

Citações de Monsenhor Marcel Lefebvre (2° parte). Extratos da conferência em 13 de dezembro de 1984 em Saint Nicolas, Paris.



Tradução: Rafael Horta 
Capela Cristo Rei - Ipatinga

(...) É, pois uma grande prova a que todos nós sofremos, é a prova da Igreja. Por que enfim, é preciso bem reconhecer, a situação exterior e de certa maneira a situação jurídica (ao menos jurídica no sentido do direito puramente literal) não é normal, é verdade. Assim, não temos relações normais com os bispos, com os padres que estão a nossa volta e que fazem também um apostolado. Qual apostolado? Mas enfim, estes são padres que estão nas paróquias ainda; as relações que temos com eles não são, evidentemente, relações que deveríamos ter normalmente na Santa Igreja. Sem relações normais com os bispos, com os padres que nos cercam, sem relações normais com os religiosos e religiosas, com uma boa parte dos fiéis, com Roma mesmo. É uma provação terrível, por que é anormal. Mas esta anomalia não vem de nós; vem deles, de todos aqueles que não seguiram a Tradição da Igreja, que em definitivo se colocaram fora da legalidade, fora da Fé, sim, fora da Fé. Mas, de qualquer forma, estamos persuadidos que eles estão errados, eles que mudaram de caminho, eles romperam com a Tradição da Igreja, eles que se lançaram em busca de novidades, estamos convencidos disso; é por isso que não podemos nos reunir com eles, não podemos trabalhar com eles; não podemos colaborar com pessoas que se afastaram do espírito da Igreja, da Tradição da igreja.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Declaração do Padre Calmel.


Pe. Calmel

 Eu conservo a MISSA TRADICIONAL, aquela que foi codificada, não fabricada, por São Pio V. no século XVI, conforme um costume multissecular. Eu recuso, portanto, o ORDO MISSAE de Paulo VI.

 Por quê? Porque na realidade, este Ordo Missae não existe. O que existe é uma Revolução litúrgica universal e permanente, patrocinada ou desejada pelo Papa atual, e que se reveste, momentaneamente, da máscara de Ordo Missae de 3 de abril de 1969. É direito de todo e qualquer padre recusar-se a vestir a máscara desta Revolução litúrgica. Julgo ser meu dever de padre recusar celebrar a Missa num rito equívoco. 

Se aceitamos este rito, que favorece a confusão entre a Missa católica e a Ceia protestante — como o dizem de maneira equivalente dois cardeais e como o demonstram sólidas análises teológicas — então cairemos sem tardar de uma Missa ambivalente (corno de fato o reconhece um pastor protestante) numa missa totalmente herética e portanto nula. Iniciada pelo Papa, depois abandonada por ele às igrejas nacionais, a reforma revolucionária da Missa seguirá sua marcha acelerada para o precipício. Como aceitar ser cúmplice?