quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PEQUENO CATECISMO SOBRE O CONCÍLIO VATICANO II.

Por um Noviço do Mosteiro da Santa Cruz
Primeira Parte                                

1 - O QUE FOI O CONCÍLIO VATICANO II?

O Concílio Vaticano II foi o 21 Concílio Ecumênico da história da Igreja Católica e segundo que se fez no Vaticano, realizado de 1962 a 1965. Foi, em numero de participação, a maior concentração de Padres Conciliares reunidos na Basílica de São Pedro. Mas quantidade não é sinônimo de qualidade, tão pouco de verdade. Pois esse Concílio foi à vitória do Modernismo[1].

2 - QUEM FEZ A ABERTURA DO CONCÍLIO VATICANO II?

Quem fez o anuncio da convocação do Concílio Vaticano II, em 25 de janeiro de 1959 no Mosteiro beneditino de São Paulo Extramuros aos 17 Cardeais, três meses depois de assumir o pontificado (já que ele assumiu como pontífice dia 28 de Outubro de 1958), e o inaugurou, ou seja, fez sua abertura, foi o papa João XXIII em 11 de Outubro de 1962, quarto ano de seu pontificado. Oficialmente, a Constituição “Humanae salutis” de 25 de Dezembro de 1961 anunciou a convocação para Outubro de 1962. Assim, o motu próprio “Consilium” de 2 de Fevereiro de 1962 estabeleceu o inicio para 11 de Outubro de 1962. Precisamente, essas são as datas fixas do nascimento do Concílio Vaticano II.

3 - QUANTAS SESSÕES TEVE O CONCÍLIO VATICANO II?
O Concílio Vaticano II teve no decorrer de seus quatro anos, quatro sessões:[2]
A Primeira Sessão – de 11 de Outubro a 8 de Dezembro do ano de 1962
A Segunda Sessão – de 29 de Setembro a 4 de Dezembro do ano de 1963
A Terceira Sessão – de 14 de Setembro a 21 de Novembro do ano de 1964
A Quarta Sessão – de 14 de Setembro a 8 de Dezembro do ano de 1965

4 - QUEM FEZ O ENCERRAMENTO DO CONCÍLIO VATICANO II?

Quem fez a celebração do encerramento do Concílio Vaticano II foi o papa Paulo VI em 8 de Dezembro de 1965, sucessor de João XXIII que devido a sua morte em 3 de Junho do ano de 1963, deu continuidade e finalidade ao Concílio.

5 - QUANTAS PESSOAS PARTICIPARAM DO CONCÍLIO VATICANO II?

Dos Padres Conciliares, teve mais de dois mil bispos reunidos. Fala-se de 2.400 [3]

6 - O CONCÍLIO VATICANO II FOI UM CONCÍLIO PASTORAL OU DOGMÁTICO?

O Concílio Vaticano II foi um concílio meramente pastoral, o próprio papa João XXIII expressou esse desejo na sua alocução de abertura de não querer dogmatiza nada do que nele fosse apresentado, ou seja, não quis usar da infalibilidade nos documentos promulgados, logo, a aplicação de seus ensinamentos não é infalível. Sendo apenas instruções, diretrizes oferecidas ao campo da vida pastoral da Igreja.

Vejamos o que disse João XXIII no seu discurso de abertura em não querer dogmas no Concílio:

“A finalidade principal deste Concílio não é, portanto, a discussão de um ou outro tema da doutrina fundamental da Igreja, repetindo e proclamando o ensino dos Padres e dos Teólogos antigos e modernos (...). Para isso não havia necessidade de um Concílio. (...) o espírito cristão, católico e apostólico do mundo inteiro espera um progresso na penetração doutrinal e na formação das consciências, é necessário que esta doutrina certa e imutável (...) seja aprofundada e exposta de forma a responder as exigências do nosso tempo. Uma coisa é a substância do “depositum fidei” (...) e outra é a formulação com que são enunciadas (...). Será preciso atribuir importância a esta forma e, se necessário, insistir com paciência, na sua elaboração (...), cujo caráter é prevalentemente PASTORAL”.[4]

Recorramos as perguntas do número 26 do livro de Pe. Matthias Gaudron:[5]

Em que o Vaticano II difere dos Concílios anteriores?

O Concílio Vaticano II declarou não querer ser mais que um “Concílio pastoral”, que não define as questões de Fé, mas dá diretrizes pastorais para a vida da Igreja. Renunciou á definição de dogmas e assim, á infalibilidade que pertence a um Concílio. Seus documentos não são, portanto, infalíveis.

Nunca houve, então, outro Concílio “pastoral” antes do Vaticano II?

Todos os Concílios da Igreja foram pastorais. Mas o foram definindo os dogmas: desmascarando os erros; defendendo a Doutrina Católica; e lutando contra as desordens disciplinares e morais. A originalidade do Vaticano II foi á de querer ser “pastoral” de uma maneira nova, recusando-se a definir dogmas, a condenar os erros, e mesmo a apresentar a Doutrina Católica de modo defensivo.

O Vaticano II não promulgou documentos dogmáticos?

O Vaticano II promulgou dezesseis textos: nove decretos, três declarações e quatro constituições. Dentre estas, duas são ditas “Constituições Dogmáticas”: Lumem gentium (sobre a Igreja) e Dei verbum (sobre a Revelação). Isso não significa que tenham proclamado dogmas ou que sejam infalíveis, mas apenas que tratam de uma matéria referente ao dogma. O Vaticano II se recusou a definir o que quer que seja de modo infalível; Paulo VI o sublinhou explicitamente em 12 de Janeiro de 1966, algumas semanas após o seu encerramento:

“Tendo em vista o caráter pastoral do Concílio, este evitou proclamar de modo extraordinário dogmas dotados da nota de infabilidade”.

A “pastoralidade” do Vaticano II caracteriza-se pela adaptação da Igreja ao nosso tempo?

Todos os Concílios adaptaram a Igreja ao seu tempo. Mas o fizeram anatematizando os erros do dia; punindo os desvios morais ou disciplinares da época; armando a Igreja contra seus inimigos. A adaptação não visava a se conformar ao século, mas a melhor resistir-lhe. Não se tratava de agradar ao mundo, mas de o confrontar e de o vencer, para agradar a Deus. João XXIII e Paulo VI procuraram, ao contrario, tornar a Igreja Católica sedutora para o homem moderno.

João XXIII e Paulo VI exprimiram essa intenção?

João XXIII declarou em 14 de fevereiro de 1960:

“O fim primeiro e imediato do Concílio é o de apresentar ao mundo a Igreja de Deus, no seu perpetuo vigor de vida e de Verdade, e com sua legislação adaptada ás circunstâncias presentes, de modo a ser sempre mais conforme á sua divina missão e estar mais pronta as necessidades de hoje e de amanhã. Em seguida, se os irmãos que se separaram e que ainda estão divididos entre si virem se concretizar o comum desejo de unidade, poderemos lhes dizer então, com uma viva emoção: é a vossa casa; a casa daqueles que trazem o sinal de Cristo”.[6]

O Cardeal Montini, futuro Paulo VI, declara, em abril de 1962:

“A Igreja se propõe, pelo próximo Concílio, a entrar em contato com o mundo (...) Ela se esforçará para ser (...) amável em sua linguagem e na sua maneira de ser”.

E, durante o Concílio, Paulo VI, afirmava, na sua encíclica Ecclesiam Suam:

“A Igreja poderia se propor a realçar os males que podem se encontrar no mundo, a pronunciar anátemas e suscitar cruzadas contra eles (...); parece-nos, ao contrário, que a relação da Igreja com o mundo (...) pode se exprimir melhor sob a forma de um dialogo” (80).

O Vaticano II se quis, desde o inicio, portanto, como um Concílio de abertura a de diálogo?

De fato, os membros da Comissão Preparatória estabelecida por João XXIII pensavam dever organizar um Concílio normal. Tiveram um enorme trabalho para esboçar esquemas que pudessem servir de base aos debates conciliares. Mas, durante esse tempo, o Secretário para a Unidade dos Cristãos, igualmente estabelecido por João XXIII (em junho de 1960), trabalhava num outro sentido. Finalmente, a verdadeira intenção de João XXIII prevaleceu: no inicio do concílio, livrara-se dos esquemas preparatórios, julgados demasiado “doutrinais”, e o Concílio se comprometeu com a via preparada pelo Secretariado para a Unidade.

Que conclusões se pode tirar dessa política de abertura levada a cabo pelo Concílio Vaticano II?

Percebe-se claramente que o Concílio vaticano II não foi um Concílio como os demais. Os textos que promulgou, fruto de um “diálogo” com o mundo, são mais textos diplomáticos ou “publicitários” (destinados a dar uma boa imagem a Igreja) do que textos magisteriais (ensinando com autoridade e precisão Verdades da Fé). Nenhum dos textos conciliares é, de si, infalível.

O Vaticano II não foi infalível enquanto órgão do Magistério Ordinario?

Alguns pretendem que, mesmo que o Vaticano II não tenha produzido atos de Magistério Extraordinário, a infalibilidade pertencer-lhe-ia enquanto órgão do Magistério Ordinário Universal, porque quase todos os bispos do mundo nele se fizeram presentes. Além disso – dizem – o ecumenismo e a liberdade religiosa são ensinados hoje pelos bispos do mundo inteiro, o que equivale também ao exercício do Magistério Ordinário Universal, que é infalível.

Porém essa argumentação está viciada. O Vaticano II, Concílio “pastoral”, recusou a comprometer sua autoridade para definir o que quer que fosse; não impôs a liberdade religiosa e o ecumenismo como Verdades de Fé, por isso escapando ao Magistério Extraordinário. Mas, de uma cajadada só, escapou também do Magistério Ordinário infalível. Pois não pode haver infalibilidade se os bispos não certificam, com autoridade, que o ensinamento que dispensam pertence ao Depósito da Fé (ou é-lhe necessariamente ligado) e que deve ser tido como imutável e obrigatório.[7]

As autoridades atuais da Igreja reconhecem a não infalibilidade do Vaticano II?

O Vaticano II não foi infalível, foi o que afirmou expressamente o Cardeal Ratzinger em 1988, dizendo:

“A verdade é que o Concílio, ele mesmo, não definiu nenhum dogma e procurou se situar num nível mais modesto, simplesmente como um Concílio pastoral. apesar disso, numerosos são aqueles que o interpretam como se se tratasse de um ‘superdogma’ que sozinho tem a importância”[8][9]

Por que as autoridades se apegam tanto ao Concílio, já que reconhecem que ele não é infalível?

De fato, o Vaticano II é, desde a origem, objeto de um jogo desonesto. Durante o Concílio, insistiu-se sobre seu caráter pastoral para evitar se exprimir com precisão teológica; mas, depois, deseja-se lhe dar uma autoridade igual ou mesmo superior àquela dos Concílios anteriores. Esse jogo desonesto foi denunciado por um dos participantes do Concílio, Mons. Lefebvre, a partir de 1976:

“É preciso, então, desmitificar este Concílio, que eles quiseram pastoral em razão de seu horror instintivo pelo dogma e para facilitar a introdução oficial de idéias liberais em um texto eclesiástico. Mas, terminada a operação, dogmatizaram o Concílio, o compararam ao de Nicéia, o pretendem semelhante aos outros, senão superior!”[10][11]

7 – O QUE PODEMOS PRESUMIR?

Podemos presumir que, se o próprio Concílio não definiu dogmas em matéria de fé e moral, seus documentos não são dogmáticos, não têm caráter dogmático. Isso vale de modo claro, de modo evidente a todas as suas constituições. Ou seja, todos os documentos do Concílio não são infalíveis, são falíveis, podem falhar. Nenhum está inseto de ter erros.

Segunda Parte

8 – QUANTOS DOCUMENTOS EXATAMENTE O CONCÍLIO VATICANO II PROMULGOU?

O Concílio Vaticano II promulgou: 16 documentos – entre eles; 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações.

9 – QUAIS FORAM OS DOCUMENTOS PROMULGADOS PELO CONCÍLIO VATICANO II?

Os Documentos foram:

Das Constituições

1 – Constituição sobre a Sagrada Liturgia “Sacrosanctum Concilium” (SC), 4 de Dezembro de 1963.

2 – Constituição Dogmática sobre a Igreja “Lumen Gentium” (LG), 21 de Novembro de 1964.

3 – Constituição Dogmática sobre a Revelação divina “Dei Verbum” (DV), 18 de Novembro de 1965.

4 – Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo “Gaudium Spes” (GS), 7 de Dezembro de 1965.

Dos Decretos

1 – Decreto sobre as Igrejas Orientais “Orientalium Ecclesiarum” (OE), 21 de Novembro de 1964.

2 – Decreto sobre o ecumenismo “Unitatis redintegratio” (UR), 21 de Novembro de 1964.

3 – Decreto sobre a atividade missionária da Igreja “Ad Gentes” (AG), 7 de Dezembro de 1965.

4 – Decreto o múnus pastoral dos bispos na Igreja “Christus Dominus” (CD), 28 de Outubro de 1965.

5 – Decreto sobre o ministério e a vida dos presbíteros “Presbyterorum Ordinis” (PO), 7 de Dezembro de 1965.

6 – Decreto sobre a atualização dos religiosos “Perfectae Caritatis” (PC), 28 de Outubro de 1965.

7 – Decreto sobre a formação sacerdotal “Optatam Totius” (OT), 28 de Outubro de 1965.

8 – Decreto sobre o apostolado dos leigos “Apostolicam Actuositatem” (AA), 18 de Novembro de 1965.

9 – Decreto sobre os meios de comunicação social “Inter Mirifica” (IM), 4 de Dezembro de 1963.

Das Declarações

1 – Declaração sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs “Nostra Aetate” (NA), 28 de Outubro de 1965.

2 – Declaração sobre a liberdade religiosa “Dignitatis Humanae” (DH), 7 de Dezembro de 1965.

3 – Declaração sobre a educação cristã “Gravissimum Educationis” (GE), 28 de Outubro de 1965.

10 – QUAIS OS PRINCIPAIS DOCUMENTOS QUE CONTRADIZEM A DOUTRINA CATÓLICA E OS ENSINAMENTOS DOS PAPAS ANTERIORES AO CONCÍLIO VATICANO II?

Praticamente todos os documentos têm um ou outro erro incompatível com a Doutrina Católica. Por que neles se vomita uma noção que não é católica, de um espírito não-católico. Esse espírito é o espírito liberal, modernistas, progressista da Igreja Conciliar, oriunda do Vaticano II. É verificável que nenhum texto do Vaticano II escape de um erro, eles são ambíguos, equivocados, contrários aos ensinamentos tradicionais em muitos pontos. Mas, em evidência, os principais documentos que contradizem os ensinamentos da Doutrina Católica e dos Papas anteriores ao Concílio ( ou seja, Gregório XVI, Pio IX, S. Pio X, Leão XIII, Pio XI, etc.) são: Constituição Dogmática sobre a Igreja “Lumen Gentium”, Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo “Gaudium Spes”, Decreto sobre o ecumenismo “Unitatis redintegratio”, Declaração sobre a liberdade religiosa “Dignitatis Humanae”, Declaração sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs “Nostra Aetate”. Lembremo-nos que esses são apenas alguns focos (os mais ruins, os piores) dos documentos do Concílio, mas tem muitos outros que estão estragados e ainda outros que estão liberalmente podres.

11 – QUANTAS FORAM E QUAIS FORAM AS PRINCIPÁIS QUESTÕES DISCUTIDAS NO CONCÍLIO VATICANO II, OU SEJA, AS MAIS IMPORTANTES E PROBLEMÁTICAS?

As principais questões que se discutiram no Concílio Vaticano II, também as que foram mais importantes e problemáticas, foram três – A liberdade religiosa, o ecumenismo e a colegialidade episcopal, sendo as duas primeiras mais nocivas e perigosas a Doutrina Católica.

12 – O QUE SIGNIFICA CADA UMA DELAS?

Sobre a liberdade religiosa:

O que ensina o Vaticano II sobre a liberdade religiosa? A declaração do Vaticano II sobre aliberdade religiosa, Dignitatis Humanae (n. 2), afirma:

Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito á liberdade religiosa. Essa liberdade consiste no seguinte: todos os homens devem estar livres de coação, quer por parte dos indivíduos, quer dos grupos ou de qualquer autoridade humana; e de tal modo que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência, nem impedido de proceder segundo a mesma, em privado e em publico, só ou associado com outros, dentro dos devidos limites.[12]

Como o Vaticano II justifica a liberdade religiosa?

O decreto sobre a liberdade religiosa funda-se sobre a dignidade da pessoa humana: “O Concílio declara, além disso, que o direito á liberdade religiosa tem seu fundamento na dignidade da pessoa humana, tal como a fizeram conhecer a Palavra de Deus e a razão mesma".[13] [14]

Sobre o ecumenismo:

O que se entende por ecumenismo?

O nome ecumenismo designa o movimento que teve origem no século XIX entre os não católicos e que tem por objetivo a colaboração e a aproximação das diversas confissões do Conselho Ecumênico de Igrejas.[15]

O mesmo contorno de espírito conduziu, em seguida, a aproximar-se das religiões não cristãs. É o que se chama diálogo inter-religioso.[16]

Qual foi a atitude da Igreja para com esse movimento ecumênico?

No inicio, a Igreja Católica claramente tomou distancia. Só na época do Concílio Vaticano II é que o ecumenismo a integrou oficialmente.[17]

O Vaticano II tratou do ecumenismo e do diálogo inter-religioso?

O Vaticano II consagrou ao ecumenismo um decreto especial, intitulado Unitatis redintegratio. Promulgou também a declaração Nostra aetate, que trata das relações da Igreja com as religiões não cristãs.[18]

Qual julgamento fazer sobre o ecumenismo a partir da Fé Católica?

A Igreja Católica sendo a única Igreja fundada por Cristo e a única a possuir a plenitude da Verdade, a unidade dos cristãos apenas pode ser restabelecida pela conversão e pelo retorno ao seio dos indivíduos ou das comunidades separadas.

Tal é o ensinamento de Pio XI em Mortalium animos; “A união dos cristãos não pode ser buscada de outro modo que não seja favorecendo o retorno dos dissidentes á única e verdadeira Igreja de cristo, a qual tiveram, um dia, a infelicidade de abandonar.”[19]

É tão simplesmente a conseqüência lógica da reivindicação da Igreja de sozinha possuir a Verdade, pois somente pode haver verdadeira unidade religiosa na Verdadeira Fé.[20]

Qual é a nova concepção de ecumenismo?

No Vaticano II, a Igreja adotou uma nova atitude, que corresponde a uma nova doutrina. A Igreja Católica não foi mais apresentada como a única sociedade religiosa que leva á salvação. As outras confissões cristãs, e mesmo as religiões não cristãs, foram consideradas também expressões (sem dúvida menor perfeita, mas ainda assim válidas) da religião divina, de caminhos que realmente levam a Deus e á salvação eterna. Não é mais uma questão de conversão dos não católicos á Igreja Católica, mas de diálogo e de pluralismo religioso.[21]

Sobre a colegialidade episcopal:

O que é a colegialidade episcopal?

Segundo a Tradição, cada bispo tem autoridade sobre sua diocese (e somente sobre sua diocese), e o papa sozinho tem jurisdição sobre a Igreja Universal. [22]

Terceira Parte

13 – O QUE TEM DE ERRADO NESSES DOCUMENTOS?

Sobre a liberdade religiosa:

Quais são as conseqüências da liberdade religiosa?

A primeira conseqüência da liberdade religiosa pregada pelo Vaticano II foi que os Estados ainda católicos tiveram que mudar sua Constituição. A liberdade religiosa trouxe a laicização do Estado e uma descristianização sempre mais avançada da sociedade. Como se dão os mesmos direitos a todos os erros; a verdadeira Fé desaparece sempre mais. O homem que, por sua natureza decaída, tende geralmente a seguir a via mais fácil, tem necessidade da ajuda das instituições católicas. Numa sociedade marcada pela Fé Católica, muito mais homens salvarão sua alma do que numa sociedade em que a religião é um negócio privado e a verdadeira Igreja deve existir ao lado das inumeráveis seitas, que possuem os mesmos direitos que Ela.[23]

Sobre o ecumenismo:

Quais são as conseqüências do ecumenismo?

As conseqüências do ecumenismo são a indiferença religiosa e a ruína das missões.  É hoje uma opinião geralmente difundida entre os meios católicos de que alguém se pode salvar muito bem em qualquer religião. O apostolado missionário não tem mais nenhum sentido, e acontece com freqüência que se recuse receber na Igreja convertidos de outras religiões, que, entretanto, queriam se tornar católicos. A atividade missionária se tornou uma ajuda social. Isso está em flagrante aposição á ordem de Nosso Senhor: “Ide, ensinai a todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mt. 28,19).[24]

O ecumenismo não é uma exigência da caridade fraterna?

O ecumenismo, tal como pregado pelo Concílio Vaticano II, não é uma exigência da caridade fraterna, mas um crime cometido contra esta. O verdadeiro amor exige, com efeito, que se deseje e que se faça o bem ao próximo. Em matéria religiosa, isso que dizer conduzir seu próximo á Verdade. É, pois, um sinal de verdadeiro amor o que davam os missionários, ao abandonar pátria e amigos para pregarem Cristo em país estrangeiro, em meio a perigo e fadigas indizíveis. Muitos deram a própria vida, abatidos por doenças ou pela violência. O ecumenismo, ao contrario, deixa os homens em suas falsas religiões e mesmo nelas os endurece. Abandona-os, pois, ao erro e ao imenso perigo da condenação eterna. Se essa atitude é mais confortável do que o apostolado missionário, não é precisamente um sinal de caridade, mas sim de preguiça, indiferença e respeito humano. Os teólogos ecumênicos agem como os médicos que estimulam uma pessoa gravemente doente em suas ilusões, em vez de adverti-la sobre a gravidade de seu estado e curá-la.[25]

Sobre a colegialidade episcopal:

O que é a colegialidade episcopal?

 O principio da colegialidade episcopal lesa o exercício pessoal da autoridade. O papa e os bispos são convidados a dirigir a Igreja em comum, de modo colegiado. Em conseqüência, o bispo só é chefe de sua diocese, na teoria; na pratica, está ligado, ao menos moralmente, ás decisões da Conferencia Episcopal, dos Conselhos Presbiterais e das diferentes assembléias. Até Roma não ousa mais se afirmar diante das Constituições Episcopais; cede freqüentemente ás suas pressões.[26]

De onde vem essa idéia de colegialidade episcopal?

O principio da colegialidade episcopal se aproxima do modo como os  cismáticos orientais concebem a autoridade na Igreja. Encontra-se também a influencia da idéia de igualdade propagada por Jean-Jacques Rousseau e pela Revolução Francesa. Rousseau negava a existência de uma autoridade desejada por Deus e atribuía todo poder ao povo. Está em oposição ao ensinamento da Sagrada Escritura:

“Que cada um se submeta ás autoridades instituídas. Pois não há nenhuma autoridade que não venha de Deus. Tanto é assim que aquele que resiste á autoridade rebela-se contra a ordem estabelecida por Deus” (Rom 13, 1-2).[27]

Quarta Parte

14 – DE TUDO QUE FOI APRESENTADO SOBRE O CONCÍLIO VATICANO II, O QUE PODEMOS CONCLUIR?

Podemos concluir as seguintes observações:

As forças liberais e modernistas, que já minavam a Igreja, conseguiram colocar as mãos sobre o Concílio Vaticano II. Pode-se então dizer, que o Vaticano Ii foi à faísca que deflagrou uma crise que se preparava já de longa data na Igreja.[28]

Graças ao apoio de João XXIII e Paulo VI, as forças liberais e modernistas introduziram nos textos do Concílio, um grande número de suas idéias. Antes do Concílio, a Comissão Preparatória havia preparado com cuidado, esquemas que eram o eco da Fé da Igreja. É sobre esses esquemas que a discussão e o voto deveriam ter sido feitos; mas eles foram rejeitados na primeira sessão do Concílio e substituídos por novos esquemas preparados pelos liberais.[29]

Todos os textos do Vaticano II devem ser rejeitados?

Pode-se dividir os textos do Concílio Vaticano II em três grupos:

1) Alguns poderiam ser aceitos, pois estão conformes á Doutrina Católica, como, por exemplo, o decreto sobre a formação dos padres;

2) Outros são equívocos, isto é, podem ser interpretados em sentido errôneo;

3) Alguns, enfim, não podem ser compreendidos num sentido ortoxodo; na sua atual formulação, não podem ser aceitos. É o caso da Declaração sobre a Liberdade Religiosa.

Os textos ambíguos podem ser aceitos se forem – segundo a expressão de Mons. Lefebvre – interpretados á luz da Tradição.

Os textos do terceiro grupo não podem ser aceitos antes de terem sido retificados.[30]

Mas por quê?

Por que temos que levar em conta o fato de que, eles (os textos), foram feitos pelas mãos dos liberais e modernistas, que colaboraram nas redações dos documentos sem a mais elementar das virtudes: a honestidade ( como disse Dom Lefebvre), tendo como intenção a aplicação do espírito do Concílio e do Concílio, ele mesmo. Levando isso em consideração, podemos cogitar suspeitas bem fundamentadas a respeito da maioria dos sentidos das palavras nos textos do Concílio. É evidente que muitas das suas termologias sofrem de muita falta de clareza. Alguns textos para serem interpretados com fé e verdade precisam estar ao farol da Tradição e outros são inaceitáveis, devem ser rejeitados, descartados ou convertidos, retificados totalmente. A perversão do léxico do Concílio foi aberta, mundana, praticamente total no modo de expor suas idéias. Sem falar que sua linguagem é um tanto anticatólica. Seus textos são ambíguos e contribuem com a descristianização da sociedade. ( isso também disse Dom Lefebvre)

De onde vem o caráter ambíguo de alguns textos do Vaticano II?

Os equívocos foram introduzidos voluntariamente nos textos conciliares para enganar os padres conservadores. Enchia-se-lhes de ilusões, insistindo sobre o fato de que o texto não queria, no fundo, dizer nada diferente do que o que a Igreja havia sempre ensinado. Mas, ma seqüência, foi possível apoiar-se sobre essas passagens para defender teses totalmente heterodoxas.[31]

Quinta Parte

 15 – O QUE PODEMOS CONCLUIR?

Podemos concluir que o Concílio Vaticano II não foi obra de Deus, tão pouco foi o Espírito Santo que o inspirou... Esse Concílio foi perverso, desastroso, catastrófico, uma ruína nas colunas sacrossantas da Igreja Católica. Ele (o Concílio) está destruindo, ou pelo menos, contribuindo com a destruição da Doutrina Católica, da Fé de sempre, ele está contribuindo com a autodemolição da Igreja de Cristo, do Cristo Rei. E diante disso, diante dele (do Concílio), nunca calaremos nossas vozes para denunciá-lo como uma obra diabólica, dos piores inimigos da Santa Igreja, tal obra, não veio de outro lugar, se não da cabeça dos liberais e modernistas. A Igreja Conciliar subsiste[32], Ela está ocupada, ocupada por quem? Por eles, os modernistas, os progressistas, mas por quê?  Um mistério... Só Deus o sabe. Isso é um fato. Pois, a Igreja de Cristo, não são as reforma conciliar (vindas do Concílio Vaticano II), a Esposa de Cristo é a Igreja Católica, e a Doutrina Católica vem e é de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Peçamos a Deus, a Nosso Senhor, a Maria Santíssima, a São Tomás de Aquino, a Santa Terezinha do Menino Jesus e a São Pio X a força necessária para enfrentarmos, sem desânimo, o grande e constante combate pela Fé Católica nessa crise que assola a Igreja. Pois essa crise é de Fé, é grave, muito grave, e tem por agente causador o Vaticano II. Ele causou e continua a causar a ruína, a demolição, o desaparecimento da fé católica.

 A exemplo de Santa Mônica que rezou com constância e fervor pela conversão de seu filho Agostinho, tenhamos uma firmeza na oração e uma perseverança inabalável na fé, a fim de podermos continuar, com oração e apostolado, defendendo a Sã doutrina em sua integridade e incorrupção.

U.I.O.G.D.

 

 

 

 

 

 

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