terça-feira, 12 de janeiro de 2016

"A missa reformada é apenas não tão boa?" - Monsenhor Marcel Lefebvre



Fonte: Livro “A Missa de Sempre” 
Mons. Marcel Lefebvre
Págs. 351, 352, 353


São boas todas as missas válidas?

Uma vez examinadas as debilidades da reforma litúrgica, a nova Missa apenas não é tão boa como a tradicional ou pode ser qualificada como má?

1. A validade não basta para fazer com que uma missa seja boa.

         Validade é uma palavra enganosa. Para muita gente, que não está acostumada aos termos teológicos e canônicos, “validade” quer dizer apenas “que vale”. (...). Não se trata disso! “Validade” significa a presença e a eficácia da graça que está no sacramento, a eficácia do efeito, podem estar lá, ainda que a cerimônia seja sacrílega! Uma missa válida poderia ser também sacrílega!


2. A missa reformada é apenas não tão boa quanto a tradicional?

         Ainda que se possa conceder que não esteja em jogo a validade da nova missa, é uma missa envenenada, porque, desde o momento em que já não se afirmam as verdades propriamente católicas da missa, com o fim de agradar aos protestantes, a fé nestas verdades desaparece também, pouco a pouco. É algo tão evidente, ao vermos as consequências da nova missa! Por este motivo, me é impossível dizer que esta reforma é má só de um modo puramente acidental, e puramente exterior e extrínseco.

         Consideramos que a reforma da missa, tendo sido composta com protestantes, tem uma influência ecumênica que teve um efeito de tal modo que deixa um sabor protestante, e pouco a pouco fez desaparecer a noção de sacrifício propiciatório, motivo pelo qual as mudanças que se realizaram na missa fazem com que seja perigosa e envenenada.

         Como esta reforma é fruto do liberalismo e do modernismo, está inteiramente envenenada; sai da heresia e acaba nela, ainda que todos os seus atos não sejam formalmente heréticos.

         Aí estão os feitos que mostram que se perde a fé nas realidades dogmáticas essenciais da missa. (...) É relativamente fácil fazer o estudo da nocividade da nova missa, o que não é compreendido de modo algum por algumas pessoas, às vezes muito próximas de nós e que são supostamente “tradicionalistas”, de quem se ouve dizer: “A missa antiga é melhor, claro, mas a outra não é má”. Foi o que disse o abade de Fontgombault, ao responder a uma pessoa que lhe escreveu dizendo-lhe que não poderia ser oblata beneditina dessa abadia porque eles estavam apegados à nova missa. O abade de Fontgombault respondeu: “Sim, é verdade. Reconheço, de fato, que a antiga missa é melhor, mas a nova não é má e, portanto, a dizemos por obediência”.

         Nós não aceitamos de modo algum essa conclusão! Dizer que a nova missa é boa: não! A nova missa não é boa! Se fosse boa, amanhã mesmo começaríamos a dizê-la. Se é boa, tem que obedecer. Se a Igreja nos dá algo que é bom e nos diz: “Têm que fazer assim”, qual seria a razão para dizer que não? Por outro lado, se dizemos: “Essa missa está envenenada, é má e faz perder pouco a pouco a fé”, estamos claramente obrigados a rechaçá-la.



*Grifos nossos.

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