- Dom Antônio de Castro Mayer
Numa
das aparições com que sua materna solicitude nos visitou na pessoa da Irmã
Lúcia, em Fátima, a Virgem Santíssima Senhora Nossa pediu a consagração de todo
o mundo, com referência especial da Rússia, ao seu Imaculado Coração. Esta
consagração, segundo a promessa da Mãe de Deus, abreviaria as tribulações do
Mundo, que são castigos dos pecados dos homens, e seria a salvação da Rússia. A
consagração deveria ser feita pelo Papa em união com todos os bispos do Mundo.
É o que Nossa Senhora pediu em 1929, numa de suas aparições fora da Cova da
Iria.
Entra
pelos olhos que o Concílio seria a ocasião mais apta para a realização do
pedido de Maria Santíssima. No Concílio estavam reunidos em Roma, centro da
Cristandade, em torno do Papa, praticamente todos os bispos do Mundo. Em nada
atrapalharia os trabalhos conciliares, como não foram tidas como empecilhos
outras solenidades, até sem cunho religioso, como as comemorações de Dante
Alighieri que carreou para Florença boa parte dos padres conciliares. Por isso
mesmo, mais de seiscentos bispos apresentaram ao Santo Padre, Paulo VI, uma
súplica nesse sentido. Houve conversas, abaixo-assinados, audiências, tudo,
enfim, que acompanha démarche desse
gênero. Resultado: nada feito. Paulo VI não atendeu ao pedido dos padres
conciliares. Como uma espécie de “ficha de consolação” declarou Maria
Santíssima Mãe da Igreja. E nada mais.
Por
que semelhante recusa de Paulo Vi?
Já
lembramos que, no início do Concílio, João XXIII assumiu com o Patriarcado de
Moscou o compromisso de que o Concílio não renovaria a condenação do Comunismo,
nem discutiria o Comunismo nas suas assembléias. Em tais condições, como
fazer-se no Concílio a consagração ao Imaculado Coração de Maria, cujo fim era
principalmente alertar contra o inimigo número um da Cristandade, o Comunismo?
-
Impossível!
A
dolorosa conclusão dos fatos é que os fautores do Concílio, ainda eu
involuntariamente, levaram o Vaticano II a colaborar pela solidificação dos
regimes marxistas mesmos nas nações católicas.
Monitor Campista, 06/03/1983
Heri et Hodie, nº2, abril de 1983
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