Como
Lourdes, no século passado, assim Fátima é o acontecimento mais saliente de
nosso século. Daí, todo interesse que despertam, mesmo fora dos ambientes
católicos, as conversas mantidas pelos pequenos pastorinhos de Aljustrel com a
Mão Santíssima de Deus.
Semelhante
assunto constitui objeto de um artigo do tablóide romano Si Si No No de fevereiro, escrito por quem melhor conhece o
assunto, o Irmão Miguel da SS. Trindade, do Instituto Contre Reforme Catholique, do Abbé de Nantes.
De si o segredo é um só, diz a principal das
videntes, a Irmã Lúcia, que envolve três coisas distintas: a primeira, é a
visão do inferno e a apresentação do Imaculado Coração de Maria como remédio
supremo oferecido por Deus à humanidade para a salvação das almas: “para
salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Coração Imaculado”,
a segunda é a profecia sobre a paz que será concedida ao Mundo, como fruto da
consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria e a prática da Comunhão
reparadora nos primeiros sábados do mês.
Em
1941, a Irmã Lúcia afirmou que não poderia revelar a terceira parte do segredo.
Em junho de 1943, enfermou gravemente, em Tuy na Espanha. Estava com as
Dorotéias. Mons. Silva, Bispo de Leiria, ficou receoso de que a vidente levasse
o segredo ao túmulo. Pelo que, instigado por seu confidente e amigo, Cônego
Galamba, levou Irmã Lúcia a escrever desde logo o texto do segredo e encerrá-lo
em envelope lacrado, a ser aberto mais tarde. Embora seu primeiro destinatário,
Mons. Silva não quis tê-lo; ficou então assentado que, na eventualidade do seu
falecimento, o envelope seria encaminhado ao Cardeal Cerejeira, Patriarca de
Lisboa. Como Mons. Silva se obstinava na recusa de tomar conhecimento do texto
secreto, Irmã Lúcia levou-o a comprometer-se que o terceiro segredo seria aberto
e lido ao mundo por ocasião de sua morte, ou em 1960. Não há dúvida de que
estas disposições provinham da própria Virgem Maria.
Em
1957, o Santo Ofício pediu o texto do segredo. Em Roma, o já famoso envelope
lacrado foi colocado sobre a escrivaninha de Pio XII.
Segundo
o testemunho do Sr. Cardeal Ottaviani e do secretário de João XXIII, Mons.
Capovilla, o envelope só foi aberto um ano depois da morte de Pio XII.
Em
1960, quando todo o mundo esperava a divulgação da última parte do segredo de
Fátima, um simples comunicado de imprensa declarava que ele não seria divulgado
(!).
Embora
não revelada, a terceira parte do segredo de Fátima insere-se no contexto da
mensagem de Fátima, a que pertence.
Destaque-se,
desde logo, que os Papas que se recusaram a divulgá-lo o fizeram por causa de
seu conteúdo; em segundo lugar podemos afirmar que, desde 1960, vivemos dentro
da realização desse segredo. E a razão é que Irmã Lúcia declarou que em 1960 o
segredo seria mais compreensível na medida em que vai sendo revelado. Sobre seu
conteúdo temos uma declaração explícita do Biso de Leiria, Mons. Amaral, feita
em 10 de setembro de 1984, na Universidade Técnica de Viena: "O segredo de
Fátima não fala nem de bomba nem de foguetes nucleares nem de mísseis. O seu
conteúdo concerne exclusivamente à nossa Fé". Dada a autoridade e o tom
categórico do autor desta declaração, podemos ter certeza de que ele não a
teria feito sem o consentimento da Irmã Lúcia. - Trata-se, portanto, de uma
desgraça ou castigo de ordem sobrenatural, porquanto a perda da Fé de maneira
generalizada é o que de pior pode acontecer a uma nação e mais ainda ao mundo.
Quem
examina, com atenção, os textos do Vaticano II, e verifica a aberta contradição
de muitos deles à doutrina revelada tradicional, não terá dúvida em concluir
que todo o enleio em que é tido e enaltecido, o Concílio era visado em Fátima
como o castigo aos homens que não quiseram ouvir as recomendações de N.
Senhora. Cumpre-nos agora, pela reza quotidiana do Terço, pelas nossas
mortificações, pela fidelidade à consagração ao Imaculado Coração de Maria,
pela difusão destas duas grandes devoções, corresponder ao amor que a Virgem
Mãe nos mostrou com sua mensagem de Fátima.
Monitor Campista, 06/04/1986
0 comentários:
Postar um comentário