Famosos Teólogos Concordam:
Fiéis devem Resistir aos Maus Pastores
[Tradução: Gil Dias]
Em resposta ao grande interesse que os nossos leitores estão mostrando pela fundamentação da nossa posição de resistência contra as autoridades progressistas, citamos os mais famosos autores, os quais aconselham os Católicos a resistirem respeitosamente às más autoridades religiosas.
Padre Francisco Suárez, S.J.
Se [o Papa] der uma ordem contrária aos bons costumes, não deve ser obedecido; se tentar fazer alguma coisa oposta à justiça e ao bem comum, é lícito resistir-lhe; se atacar pela força, pela força deve ser repelido, com moderação adequada a uma justa defesa (De Fide, disp. X, sec. VI, n.16, in Opera omnia, Paris: Vivès, 1958, vol. 12, p. 321).
Padre Cornelius a Lapide, S.J.
O famoso Jesuíta demonstra que Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Bede, Santo Anselmo e outros Padres ensinam que São Paulo resistiu publicamente a São Pedro, “para que o escândalo público dado por São Pedro fosse emendado por uma igual repreensão pública” (Commentaria in Scripturam Sacram, Ad Galatas 2:11, Paris: Ludovicus Vivès, 1876, vol. 18, p. 528).
Mais tarde, Lapide argumenta que “os superiores podem ser repreendidos, com humilde caridade, pelos seus subordinados, na defesa da verdade; é o que Santo Agostinho (Epistula 19), São Cipriano, São Gregório, São Tomás e outros acima citados declaram acerca desta passagem (Gal. 2, 11). Ensinam claramente que São Pedro, sendo superior, foi repreendido por São Paulo… Com boa razão, por conseguinte, diz São Gregório: “Pedro fiou em silêncio porque, sendo o primeiro na Jerarquia Apostólica, também devia ser o primeiro em humildade” (Homilia 18 in Ezechielem).
E Santo Agostinho escreveu: “Ensinando que os superiores não devem recusar ser repreendidos pelos inferiores, São Pedro deu à posteridade um muito mais raro e santo exemplo do que o de São Paulo, dado que ensinou que, na defesa da verdade com caridade, os inferiores devem ter audácia para, sem medo, resistir aos superiores (Epistula 19 ad Hieronyrnum).
Dom Prosper Guéranger, Abade de Solesmes
Quando o pastor se torna lobo, é dever do rebanho, primeiro, defender-se. Normalmente, a doutrina flui dos Bispos para o povo fiel, e os súbditos não devem julgar os seus chefes. Mas, no tesouro da Revelação, existem certos pontos que cada Cristão necessariamente conhece, e deve obrigatoriamente defender (L’année liturgique - Le temps de la septuagesime, Tours: Maison Mame, 1932, pp. 340-341).
Padres Francisco Wernz S.J. e Pedro Vidal, S.J.
Estes famosos teólogos do início do século XX, citando Suarez, admitem a licitude de resistir a um mau Papa: “Os meios justos a ser usados contra um mau Papa são, de acordo com Suarez (Defensio Fidei Catholicae, lib. IV, cap. 6, nn. 17-18), a mais abundante assistência da graça de Deus, a especial protecção pessoal do Anjo da Guarda, a oração da Igreja Universal, a admoestação ou correcção fraterna em privado ou mesmo em público, bem como a legítima defesa contra a agressão, quer física, quer moral (Ius canonicum, Roma: Aedes Universitatis Gregorianae, 1927, vol. II. p. 436).