Algumas
pessoas têm insistido na ideia de que a culpa da confusão atual é de quem
distorce as palavras de Dom Williamson. Dizem coisas do tipo “se compreendessem
bem, esta confusão já teria acabado”. Mas o problema vai muito além do milagre
na missa nova. Há vários artigos tratando dos desvios de Dom Williamson mas,
como traduzi-los demanda certo tempo, vou citá-los aqui sem tradução apenas
para impedir que se continue propagando a ideia de que todo o problema se
resume ao milagre na missa nova.
Aliás,
o suposto milagre de Buenos Aires não foi a primeira concessão à missa
nova. O bispo já havia feito coisas
piores, inclusive recomendado a uma fiel da Tradição a assistência ao rito
bastardo, caso este “nutrisse a sua fé”.
Mas os problemas vão além da missa nova. Dentre as estranhas
devoções do bispo, uma das mais escandalosas é Maria Valtorta. Dom Williamson
conseguiu, no Comentário Eleison 275, a proeza de recomendar um poema dela
condenado pelo Santo Ofício! Até blogs que apoiam Dom Williamson
condenam Valtorta mas, de maneira incoerente, não mencionam a
estranha devoção do bispo.
As
imprudentes devoções de Dom Williamson abrangem também as falsas aparições de
Akita e Garabandal. Sobre Akita, há uma série de artigos no blog Avec l’Immaculée,
inclusive sobre a visita de Dom Williamson a esse lugar. O bispo
também deu crédito às falsas aparições de Garabandal no seu Comentário
Elesion 20. Estas supostas aparições, que começaram quando algumas crianças
piedosamente roubavam maçãs, estão repletas de manifestações que indicam ação
preternatural, e não divina, como se pode ler no blog Foro
Católico. No mesmo blog há outro artigo com mais fotos.
É
difícil saber qual é o pior de todos os erros, mas as várias tentativas de
inocentar os modernistas e liberais que tentam destruir a Igreja é certamente
um dos piores legados que ele deixará. Até Dom Tomás, que costuma incensar
Dom Williamson com “honra e glória”, sentiu-se obrigado a interromper as
besteiras que o bispo estava dizendo para inocentar Ratzinger de querer
destruir a Tradição. Esta
terrível insistência em inocentar os inimigos da Igreja será objeto de um
artigo exclusivo, dada a gravidade dos erros a que pode induzir os fiéis.
Os
que defendem Dom Williamson acabam também caindo em sérias contradições com a
doutrina católica, como fez Dom Tomás ao não
distinguir a seita conciliar da Igreja Católica, contradizer o Evangelho com a
árvore meio boa, meio má, defender a piedade da missa nova, quando as pessoas
que mantiveram a fé o fizeram apesar do rito, e não por causa dele.
Diante
desse quadro, pode-se entender claramente os motivos que nos obrigam a não
silenciar. Temos obrigação de contestar quem coloca a fé em risco. Aqueles
que defendem Dom Williamson a todo custo insistem em colocar a culpa na
interpretação que os outros fazem das palavras do bispo, igual aos defensores
de Dom Fellay. Este escreveu a carta aos outros três bispos, a declaração
doutrinal, concedeu a entrevista à conferência dos bispos
norte-americanos, etc. Mas os absurdos que ele mesmo falava nunca eram
culpa dele. Agora é Dom Williamson que pode falar o absurdo que quiser que a
culpa será sempre da interpretação que fazem das palavras dele. Outra
semelhança com a Neo-FSSPX é a vitimização. Os blogs que defendem Dom
Williamson acusam os que discordam dele de estarem difamando o bispo. Até com
São Paulo ele foi comparado. Não, o bispo não está sendo difamado, as suas
ideias é que estão sendo contestadas. E motivo para isto não
faltam, como continuaremos vendo nos próximos artigos.
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