-por Marcos Maria, fiel da Missão Cristo Rei de Ipatinga
Uma grande confusão se criou em meios
“tradicionalistas”, inclusive em alguns blogs da chamada “resistência”, por
ocasião de uma escandalosa entrevista concedida por parte de Dom Tissier de
Mallerais (um dos bispos auxiliares da Neo-FSSPX) em Chicago, no dia 21 de
março. Todavia, essa confusão deixou alguns sem entender o que
realmente se passa, pois, a poucos dias, Dom Tomás de Aquino (o mais novo bispo
“resistente”), deu uma entrevista na qual citou Dom Tissier como um dos “grandes
autores antiliberais” e agora, o decadente blog “católico” Non Possumus – que
publicou a entrevista – posta críticas ao tal bispo. Uma vez mais vemos a
contradição destes senhores...
Vejamos o que disse Dom Tomás de Aquino: “Leiam e procurem
entender os grandes autores antiliberais, sobretudo os que melhor entenderam os
erros do mundo moderno, como Dom Antônio de Castro Mayer, Dom Williamson e
também Dom Tissier, que expôs com precisão a estranha teologia de Bento XVI e
que nos deu a biografia de Dom Lefebvre, sem esquecer os antigos autores, cuja
lista seria demasiado grande.” (Entrevista concedida em março de 2016).
Agora, penso que se faz necessário uma comparação entre o que
disse esse suposto “grande autor antiliberal” com a conduta seguida por Dom
Lefebvre.
- Dom Tissier de Mallerais: Monsenhor Lefebvre nunca colocou, como
condição de nosso novo reconhecimento por parte de Roma, que Roma abandone os
erros e as reformas conciliares. (SIC!)
Incluso,
se tivessem dito algo assim a André Cagnon em 1990, nunca o havia feito, porque
isso nunca havia sido sua linha de conduta, sua estratégia com a Roma
modernista. Ele era forte na fé, não cedia em sua posição doutrinal, todavia
sabia ser flexível, paciente, prudente na prática. Para conseguir seus fins,
sua prudência ditava empurrar ao adversário, acusá-lo, fazê-lo retroceder,
convencê-lo, mas sem bloqueá-lo por exigências que todavia se encontram
inaceitáveis. Ele não rejeitava o diálogo e estava disposto a aproveitar
qualquer porta aberta pelo interlocutor. (Entrevista concedida em Chicago, 21
de março de 2016)
- Dom Lefebvre: Não temos a mesma maneira de conceber a reconciliação. O Cardeal
Ratzinger a vê no sentido de reduzir-nos, de trazer-nos ao Vaticano II. Nós a
vemos como um retorno de Roma à Tradição. Não nos entendemos. É um diálogo de
surdos.
Não posso falar
muito do futuro, já que o meu está atrás de mim. Porém, se vivo um pouco ainda,
e supondo que daqui à determinado tempo Roma nos chame, que queira voltar a
ver-nos, retomar o diálogo, nesse momento seria eu quem imporia
condições. Já não aceitarei estar na situação em que nos encontramos durante os
colóquios. Isso terminou.
Eu apresentaria a
questão no plano doutrinal: Estais
de acordo com as grandes Encíclicas de todos os Papas que vos precederam?
Estais de acordo com a Quanta Cura de Pio IX, com
a Immortale Dei e
a Libertas de Leão XIII, com a Pascendi de
Pio X, com a Quas Primas de Pio XI, com a Humani Generis de
Pio XII? Estais em plena comunhão com estes Papas e com suas afirmações?
Aceitais ainda o Juramento Anti-modernista? Sois a favor do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo?
Se não aceitais a
Doutrina de seus antecessores, é inútil falarmos. Enquanto não tiverdes
aceitado reformar o Concílio considerando a doutrina destes papas que vos
precederam, não há diálogo possível. É inútil.
As posições
ficariam, assim, mais claras.
Não é algo pequeno
o que nos opõe. Não basta que nos seja dito: podem rezar a missa
antiga, mas é necessário aceitar isto. Não, não é somente isso o que nos
opõe, é a Doutrina. Está claro." (Entrevista
concedida a Fideliter Nº 66", novembro-dezembro de 1988)
Comprovando a impossibilidade de
colocar-nos de acordo, no dia 02 de junho escrevi de novo ao Papa: inútil
continuar com os colóquios e os contatos. Não temos o mesmo propósito. Quereis
levar-nos a vós e reconciliar-nos, e nós queremos ser reconhecidos tal como
somos. Queremos continuar com a Tradição como já fazemos. (Entrevista concedida
um ano após as sagrações episcopais, Fideliter, Nº 70, de julho-agosto de 1989)
Todo sacerdote que queira permanecer católico
tem o estrito dever de separar-se desta igreja conciliar. (De seu livro
“Itinerário Espiritual”)
Eu fui mais longe do que deveria ter ido.
(Fideliter, Nº 79, Janeiro de 1991)
Se lemos que Dom Lefebvre coloca a condição
dos modernistas aceitarem todas as encíclicas supracitadas, como um bispo, seu
filho, diz que ele não colocou como condição de reconhecimento que Roma
abandone os erros e reformas do concílio? É esse realmente um exemplo de bispo
antiliberal?
E agora, fica uma pergunta:
Porque não vão à Neo-FSSPX?
Já que as diretrizes tomadas pelos superiores e
alguns padres da famosa “resistência católica” são totalmente liberais e
modernistas, confesso ficar sem entender o porquê de eles não se juntarem à
Neo-FSSPX, visto que seguem os mesmos caminhos. Ora, a Neo-FSSPX se sobressai...
É bem mais estruturada, tem seminários de primeira linha, grandes capelas,
padres que podem dar-vos Missas com mais frequência... Não faz sentido ouvirem
Missas em catacumbas ou, às vezes, até em casas, e com tão pouca frequência, já
que os superiores da “resistência” defendem as mesmas coisas defendidas por Dom
Fellay!
Dom Tomás, se Dom Tissier de Mallerais é um
antiliberal, porque não se juntar a ele e logo, à Neo-FSSPX? É simples de se
resolver o problema... E assim, vocês vão todos juntos a Roma para serem abraçados
por Francisco...
- Dom Fellay: Se o Papa me chama eu vou logo. Melhor dizendo, vou correndo.
(Entrevista à revista “30 Dias”, Nº 9, outubro de 2002);
- Dom Williamson: Se o Santo Padre me autoriza a fundar uma sociedade, eu estaria no
próximo avião até Roma. (Post Falls, Idaho, USA, 1º de junho de
2014);
- Dom
Faure: Se no futuro fosse
convidado a ir a Roma conversar com o Papa, iria com Mons. Williamson. (Entrevista março, 2015);
Caros confrades, a que resistem estes senhores?
Ao catolicismo ensinado por Dom Lefebvre e Dom Antônio? Pois isso é o que
parece... É incrível vermos homens que deveriam ser os bastiões da Fé cometendo
tais asneiras; homens que, ao invés de nos confirmar na Fé de sempre, semeiam
confusão na mente dos fiéis.
Rezemos e peçamos a Deus e à Santíssima Virgem a
graça de permanecermos firmes e dignos neste grande combate por Cristo e pela
Igreja.
Nos
Sagrados Corações de Jesus e Maria,
Marcos
Maria, fiel da Missão Cristo Rei de Ipatinga/MG.
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