Tendo o Reitor do Seminário de Ecône, Padre Lorans, pedido que eu colaborasse na redação deste número da “Lettre aux Anciens”, pareceu-me útil relembrar o que escrevi em 20 de janeiro de 1978, sobre algumas objeções que nos fizeram, relativas à nossa atitude face aos problemas que a atual situação da Igreja levanta.
Uma das perguntas era: ‘Como o senhor concebe a obediência ao Papa?’ Eis a resposta dada há dez anos: “Os princípios que determinam a obediência são conhecidos e são tão conformes com a razão e com o senso comum que podemos perguntar como é que pessoas inteligentes podem afirmar que ‘preferem enganar-se com o Papa do que estar na Verdade contra ele’.".
Não é isso que nos ensinam a lei natural e o Magistério da Igreja.
A obediência supõe uma autoridade que dá uma ordem ou decreta uma lei. As autoridades humanas, mesmo sendo instituídas por Deus, apenas têm autoridade para atingir o fim determinado por Deus, e não para dele se desviarem. Quando uma autoridade usa o seu poder em oposição à lei pela qual esse poder lhe foi dado, não tem direito à obediência, e devemos desobedecer-lhe.