segunda-feira, 18 de março de 2013

Os ideais de São Francisco de Assis.


franciscoO ideal de São Francisco de Assis no atinente a Santíssima Eucaristia, podemos ver pela carta que escreveu aos Clérigos. Ei-la:
“Consideremos todos nós clérigos o grande pecado e ignorância que alguns manifestam com relação ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e seu santíssimo nome e palavras escritas que tornam santamente presente o Corpo (de Cristo). Sabemos que o Corpo não pode estar presente se antes não for tornado presente pela palavra. Pois nada temos nem vemos corporalmente dele, do próprio Altíssimo, neste mundo, senão o Corpo e Sangue, os nomes e as palavras pela quais fomos criados e remidos da morte para a vida.

Logo, todos aqueles que administram tão sacrossantos mistérios e especialmente aqueles que os ministram sem a reta discrição, considerem no seu íntimo como são vulgares os cálices, corporais e panos de linho sobre as quais é oferecido o sacrifício em lugares bem comuns e o levam de modo lamentável (pela rua) e o recebem indignamente e o ministram indiscriminadamente. Igualmente os seus nomes e palavras escritas são às vezes calcadas aos pés; pois “o homem animal não percebe as coisas de Deus” (1Cor. 2, 14).
Não excitam porventura tais fatos a nossa piedade e devoção por esse bom Senhor quando se digna de vir colocar-se ele próprio em nossas mãos e nós o tocamos e o recebemos todos os dias em nossa boca? Ou ignoramos que um dia havemos de cair em suas mãos?
Emendemo-nos pois depressa e firmemente dessas e de outras faltas. Onde quer que o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo for conservado de modo inconveniente ou simplesmente deixado em alguma parte, que o tirem dali para colocá-lo e encerrá-lo num lugar RICAMENTE ADORNADO. (Destaque meu). De modo igual sejam recolhidos e colocados em lugar decente os nomes e palavras escritas do Senhor sempre que forem encontradas em lugares imundos. Sabemos perfeitamente que estamos estritamente obrigados a observar tudo isto, em virtude dos mandamentos do Senhor e dos preceitos da santa Mãe Igreja; e os que o não fazem saibam que deverão prestar contas perante Nosso Senhor Jesus Cristo no dia do Juízo.
E os que mandarem copiar esta carta a fim de que seja mais amplamente observada saibam que serão abençoados por Deus, Nosso Senhor.
* * *

Carta de S. Francisco a Todos os Custódios dos Frades Menores

Nota: Durante muito tempo o presente escrito só era conhecido por uma tradução feita do espanhol por Lucas Wadding, célebre cronista da Ordem e primeiro colecionador das obras de São Francisco. Só em época bem recente foi descoberto um manuscrito latino mais antigo. O estilo e a ordem de ideias comprovam além disso a autenticidade do opúsculo como obra de São Francisco de Assis.
Eis a carta:
“A todos os custódios dos frades menores que receberam esta carta, Frei Francisco, pequenino servo vosso em Deus nosso Senhor, deseja a salvação nos novos sinais do céu e da terra, (1) que, grandes e excelentíssimos aos olhos do Senhor, são contudo tidos em conta de vulgares por muitos religiosos e outros homens.
Peço-vos ainda com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, as quais tornam presente o seu sagrado Corpo. Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa (2). E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição. Igualmente os nomes e palavras escritas do Senhor deverão ser recolhidas, se encontradas em algum lugar imundo, e colocadas em lugar decente.
E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poderá salvar-se se não receber o santíssimo Corpo e Sangue do Senhor. E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, de modo que a toda hora, ao dobre dos sinos, o povo todo, no mundo inteiro, renda sempre graças e louvores ao Deus onipotente.
E todos os meus irmãos custódios que receberem esta carta e a copiarem e guardarem consigo e a fizerem copiar para os irmãos incumbidos da pregação e do cuidado pelos irmãos, e pregarem até o fim o que nela está escrito, saibam que terão a bênção do Senhor Deus e a minha. E isto lhes seja imposto em virtude da verdadeira e santo obediência. Amém.
Notas:
(1) Refere-se Francisco no caso ao Santíssimo Sacramento do Altar.
(2) Donde podemos concluir que, se alguém disser que a Igreja deve ser pobre até em relação às coisas que se referem à Santíssima Eucaristia e portanto à Santa Missa, e afirmam-no querendo se basear em S. Francisco, devemos dizer que não é verdade. Pode ser outro Francisco, mas nunca São Francisco de Assis. Pode ser por exemplo o padre jesuíta Francisco Taborda que dizia: “O meu ideal é o que está no evangelho, a fraternidade e o amor, mas o evangelho não me dá o instrumental científico de análise da realidade… A análise marxista da realidade é uma aquisição das ciências sociais”.

Fonte: http://fratresinunum.com/

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