Em companhia de D Carloto, viajou o missionário para a diocese de Caratinga. O santo prelado, na sua eximia benevolência, houve por bem facultar ao pe Júlio Maria a escolha do local que lhe parecesse melhor para aí fixar residência e iniciar a grande fundação dos Sacramentinos. Conduzi-o em visita as principais paroquias servidas de estrada de ferro e que apresentavam mais elevado nível cultural: Carangola, Manhuaçu e Caratinga. Acostumado a simplicidade e a pobreza, e imbuído do espirito de Deus, que criou obras semelhantes a sua em lugares humildes e dificultosos, o pe Júlio Maria não quis morar naquele centros de maior importância.
"Ao passar por Manhumirim --narra o missionário—algo me atraiu a este lugarejo tristonho e feio, encaixado entre montanhas descalvas... Vi nele uma parecença com Macapá, onde iniciara no norte, a minha senda de fundador, e com Grave, aldeia da Holanda, donde surgira, no sofrimento, a Congregação a que pertenço; achei que Manhumirim era a paragem escolhida por Deus."
“Esta cidade me serve, Excelência.” Disse confiadamente a D. Carloto.
“Mas pe Júlio, não é possível! Manhumirim nem é sede de Paróquia. É simples curato. Aqui campeia o indiferentismo e a irreligião; protestantismo de várias seitas, espiritismo, maçonaria odienta... Pior que tudo: neste lugar, por dois tostões e um copo de cachaça se mata um homem! É um dos lugares mais tenebrosos de minha diocese!” Disse D. Carloto.
“Pois é isto mesmo que desejo, Senhor Bispo. Quero que meu seminário seja erguido por entre dificuldades mil, para chamar as bênçãos de Deus.E se aqui há protestantes e maçons... (acrescentou sorrindo) está muito bem. Sou muito amigo deles e, esteja certo, que lhes darei em breve algum trabalho...”.
Dom Carloto sorriu... “Seja como quiser padre Júlio! E que Deus abençoe as suas obras!”
Após alguns anos de apostolado, e discussões em praça pública, pe Júlio acabou com todas as seitas protestantes de Manhumirim! E a maçonaria bem que tentou lhe matar algumas vezes... mas não conseguiu!
Pe Júlio com Dom Carloto e os paroquianos da época.
No dia do seu aniversário do ano de 1941, ele disse : "Não me importo com discursos, homenagens, foguetes... A nossa paróquia há de ser Eucarística... e isso é tudo para mim."
Fonte: Resistência-Tradição
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