segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Festa das Candelária.


Festa cristã da Apresentação de Jesus no Tempo, quarenta dias após o seu nascimento, mas também a festa da Purificação de Maria. A Candelária tem origem na expressão latina "festa candelarum", a festa das candeias, e designa, acima de tudo, a festa da luz. A Candelária tem lugar, todos os anos, a 2 de Fevereiro. 


No século V, em 472, o Papa Gelásio I decide instituir a festa da Apresentação de Jesus no Templo. Mas é só em 1372 que esta festa será oficialmente chamada de Festa da Purificação da Virgem. Nas igrejas, as tochas são substituídas por candeias benzidas que lembram que Cristo é a luz do mundo.  



A festa que a Igreja hoje celebra, tem os nomes de  Nossa  Senhora das Candeias, ou daCandelária, e Apresentação de Jesus Cristo no templo.  É hoje o dia da bênção das velas (candeias), e em muitas igrejas, antes da celebração da santa Missa, se organiza solene  procissão, em que são levadas  as  velas acesas, símbolo de Jesus Cristo que,  apresentado a Deus no templo de Jerusalém, foi saudado, pelo santo velho Simeão,como a  luz que veio para iluminar os povos.




Para melhor compreensão deste ato de Maria Santíssima, lembremos duas leis que Deus deu, no Antigo Testamento.   



A mulher que dava à luz uma criança do sexo masculino, ficava  privada de  entrar no templo por quarenta dias depois do parto; se a criança era menina, o tempo da purificação era de oitenta dias. Passado este tempo, devia apresentar-se no templo, oferecer um cordeirinho, duas rolas ou dois pombinhos, entregar a oferta ao sacerdote, para que este rezasse sobre ela. 

A segunda lei impunha aos pais da tribo de Levi a  obrigação de  dedicar o filho primogênito ao serviço de  Deus. Crianças que pertenciam a  outra  tribo, que não a de Levi, pagavamresgate.

São admiráveis a retidão e a humildade de Maria Santíssima em sujeitar-se a  uma lei humilhante, como foi a da purificação. Humilhante porque Ela é sem mácula desde a concepção. A maternidade da Virgem, em tudo diferente das outras mulheres, isentava-a legalmente das obrigações de  uma lei,  como foi a da purificação.  Davi enche-se de vergonha, quando se lembra da sua origem:  “Em pecados minha mãe concebeu-me”.  A Maria o Anjo tinha dito:  “O Espírito virá sobre ti , e a virtude do  Altíssimo te cobrirá com sua sombra”.  São José recebeu do céu a  comunicação consoladora: “O que dela (de Maria) nascerá, é do Espírito Santo”.   



Virgem  antes,  durante e  depois do parto, seu lugar não era entre as outras filhas hebreias que no templo se apresentavam para fazer penitência e  procurar perdão do pecado.    Maria, porém,  prefere obedecer à lei e parecer com a pecha comum a  todas. Além disto, sendo de origem nobre, descendente direta de Davi, oferece o sacrifício dos pobres, isto é,  dois pombinhos. Que humildade!

Nesta sua humildade é acompanhada pelo Filho. Ele é Filho do  Altíssimo,  autor e Senhor das leis, não admite para Si motivos  que das mesmas O isentem. Ele que  quis ser nosso  semelhante em tudo, exceto no pecado, sujeita-se à lei da circuncisão, triste lembrança da grande queda dos primeiros pais no Paraíso, de que resultou o pecado original.  



Por ocasião da apresentação de Maria Santíssima  no templo, se deu um fato que merece toda a atenção nossa. Vivia em Jerusalém um santo homem chamado Simeão, provecto em  idade, que com muito fervor anelava pela  vinda do Messias. De Deus  tinha recebido a  promessa  de  não sair desta vida sem ter visto, com os próprios  olhos,  o Salvador do mundo.  Guiado por inspiração divina, viera ao templo no momento em que os pais de Jesus  entravam, em cumprimento das prescrições legais.  Como os  Magos conheceram o Salvador, este se fez conhecido a  Simeão, o qual o  tomou nos braços e bendisse a Deus, dizendo:  “Agora, Senhor, deixai partir o vosso servo em paz, conforme vossa palavra. Pois meus olhos  viram a vossa salvação que preparastes  diante dos olhos das nações:  Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo!”

José e Maria ficaram admirados  do que  dizia do Menino. Simeão abençoou-os e  disse a Maria, sua Mãe:  “Este Menino veio ao mundo para ruína e ressurreição de muitos em Israel e  para ser um sinal de contradição. Vós mesma  tereis a  alma varada por uma aguda espada e  assim serão patenteados os pensamentos ocultos no coração de muitos”.  



Havia também uma profetisa, de nome Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.  Vivera 7 anos casada,  enviuvara e  já estava com 84 anos. Não deixava o templo e  servia a Deus dia e noite, jejuando e rezando. Tendo vindo ao templo na mesma ocasião, deixou-se derramar em louvores ao Senhor e falava do Menino a  todos  que esperavam a  Redenção de  Israel.  



Cumpridas  todas as  prescrições da lei, José e Maria voltaram para casa. 

A Igreja Católica reserva uma bênção especial às parturientes que, logo que seu estado o permitia, se apresentavam a Deus, como fruto de suas  entranhas. É provável que este uso se tenha introduzido na Igreja em memória e  veneração à Mãe de Deus que, obediente à Lei do seu povo, fez sua apresentação no templo. 

A Deus deve a mulher louvor e gratidão, depois de um parto bem sucedido. De Deus vem todo bem para a mãe e para o filho. É justo, pois, que a mãe se  apresente na Igreja para pedir a bênção divina.   



A mãe cristã sabe que, sem assistência e  auxílio de Deus, não pode  educar os filhos na virtude e no temor de Deus. Reconhecendo esta insuficiência, faz a Deus oferecimento do filho, prometendo ao Senhor ver nele uma propriedade divina, penhor de seu amor, e fazer tudo que estiver ao seu alcance para educá-lo para o céu. Oxalá todas as mães se lembrem deste dever e  não eduquem os  filhos para o serviço do mundo, de Satanás e da carne!  


Vide sobre a Festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo e a Festa da Purificação de Maria: http://farfalline.blogspot.com/2015/02/apresentacao-e-purificacao.html.

Fonte: Pale Ideas

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