Em todos os seus séculos de tradição, a Igreja teve por excelência a música sacra, que por sua vez tem por único objetivo dar Glórias a Deus com cantos próprios para cada tempo litúrgico.
Após o Concílio Vaticano II as coisas começaram a mudar, e por “coincidência” pouco tempo depois surge a renovação carismática que mesmo sendo de origem protestante, se lastrou por toda Igreja modernista.
Como era de se esperar, a renovação carismática trouxe todas as características pentecostais protestantes, e de um modo especial no que se refere a música. Desde então a música sacra foi começando a ser posta de lado até chegar ao ponto em que se encontra hoje.
A música sacra, mais propriamente o canto gregoriano tem uma característica de ausência de personalidade, e por isso aquele que coloca sua própria personalidade neste canto, não o faz bem, assim diz Mons. Richard Williamson. O canto gregoriano assim eleva a alma e transmite um espírito de recolhimento e desprezo de si mesmo para que o cantor se torne oculto e somente a Glória de Deus seja seu principal fim. Já a música carismática possui um espírito de sentimentalismo muito grande que não faz bem a alma tanto de quem ouve, como de quem canta, e ainda tem o fato de favorecer o ego deste ultimo. Isto se torna pior com a implantação de vários ritmos musicais dentro da liturgia como o forró, o axé, o Rock e vários outros.
Este sentimentalismo mexe de tal forma com o povo, que se chega ao ponto de não mais notarem ou até mesmo não se incomodarem com a mudança na doutrina transmitida tanto pelo clero modernista como pelas letras cantadas. Com a falta da verdadeira doutrina, os músicos começaram um processo de tentar sacralizar o que é mundano, como por exemplo o rock, que é um ritmo de origem demoníaca, sem contar nos demais ritmos que são usados no meio secular para levar as pessoas a viverem inúmeros pecados de impureza. Quando digo que eles tentam sacralizar, é porque isso não é possível, mesmo que suas cabeças o digam o contrário. Não é possível se tornar sacro aquilo que é próprio do mundo, da carne e do demônio, visto que estes são os três grandes inimigos da alma.
A partir deste pentecostalismo protestante, começou a surgir dentro da Igreja, as “carreiras musicais”. Os músicos começaram a ver aí uma oportunidade de suprir suas carências e desejos pessoais como meio de ganhar a vida ou mais propriamente de fazer sucesso, usando como desculpas interiores de que querem oferecer seus talentos para Deus e uma forma de trazer os jovens para a Igreja. Assim hoje, o que mais se vê são jovens montando bandas e “ministérios” de musica no estilo que mais adéqua a sua personalidade.
De fato muitos jovens começaram a frequentar estes shows “católicos” e grupos de orações carismáticos, porém, o que não se vê é que estas não são conversões verdadeiras, pois um dos alicerces da Igreja Católica é sua Tradição que conservou ao longo dos séculos a doutrina que o próprio Jesus Cristo transmitiu aos Apóstolos, e aquilo que nasce do protestantismo não tem verdadeira doutrina e muito menos tradição para dar a estas almas uma conversão sólida e uma fé inabalável que esteja pronta a lutar contra todo este falso ecumenismo pregado pelo Concílio Vaticano II, e a dar sua vida por Nosso Senhor como foi o exemplo de vários mártires da Igreja.
Numa visão geral, são músicos seculares escondidos por trás de uma imagem católica. Antes fossem seculares buscando carreira e sucesso, pois usar da fé católica para alcançar seus sonhos de serem músicos, acarretará uma grande prestação de contas perante o supremo Juiz.
É preciso que estes músicos aprendam o que realmente a Igreja ensina, pois ao pensarem que estão oferecendo seus talentos a Deus, não percebem que mais se trata de amor próprio. Segundo o Padre Lourenzo Scupoli em seu livro “O Combate Espiritual”, somos muitas vezes levados a acreditar que estamos realizando boas obras e crescendo em virtudes, quando na verdade tudo não passa de amor próprio. Prova disso é que muitos se frustram ao verem seus sonhos de “músico católico” se desabar.
É preciso voltar a Tradição da Igreja e conhecer o que é a verdadeira música sacra, ou seja, aquelas que não expressam personalidade, que nos faz ocultos para dar mais Glória a Deus e que são verdadeiramente cantos que elevam a alma. Façamos a verdadeira música sacra voltar a ser as únicas músicas ouvidas nas Igrejas e nas catedrais, e aí sim o coros dos Anjos se farão presentes entoando GLORIA IN EXCELSIS DEO!!
Marcos Salomão
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